Ginecomastia, o que é e como resolver

Ginecomastia, o que é e como resolver
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Dr. André Gonçalves de Freitas Colaneri, CRM-SP 87886
Criação: 29 ago 2018 · Atualização: 14 abr 2022

Doutor André Colaneri, profissional cirurgião membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica possui experiência com o procedimento e tira as principais dúvidas sobre a Ginecomastia:

A ginecomastia é o aumento das glândulas mamarias nos homens. Apesar de normalmente elas não se desenvolverem, por ser mamíferos, todos os homens as têm. No caso de um desequilíbrio entre os hormônios testosterona (masculino) e estrógeno (feminino), pode ocorrer o crescimento das glândulas de forma transitória ou permanente.

O crescimento das glândulas pode ser de causa fisiológica, ou seja, inerente ao desenvolvimento corporal.

Na adolescência, quando há a puberdade (entre 14 e 19 anos), período de grande produção de hormônios, crescimento dos pelos, aumento de altura, é comum um aumento transitório das glândulas mamárias. Na grande maioria dos casos reduz espontaneamente. Nesta fase é comum o adolescente se queixar de um “caroço” dolorido nas mamas, endurecido e que incomoda por ser visível. O desaparecimento geralmente ocorre depois dos 18 anos. Porém, parte dos pacientes pode manter a ginecomastia durante a vida adulta.

No período da andropausa, em torno dos 50 anos, quando a testosterona baixa, pode também ocorrer o crescimento da glândula mamária e desenvolvimento da ginecomastia.

Causas exógenas, ou seja, não relativas ao desenvolvimento corporal normal (chamadas de fisiológicas), são cada vez mais frequentes. O uso de hormônios anabolizantes, medicamentos para não cair o cabelo (finasterida), antidepressivos, e outros medicamentos, podem também levar à ginecomastia.

A ginecomastia mais comum é a mista, que tem parte de glândula, mas apresenta também um componente de gordura. Como as mamas são compostas por glândula e gordura, o aumento de qualquer destes componentes pode levar aos desagradáveis e incômodos “peitinhos”. O ganho de peso comumente visto com o envelhecimento, geralmente leva ao aumento da parte gordurosa das mamas. Esta gordura é mais difícil de perder com exercícios e muitos pacientes se queixam de fazer exercícios, melhorar a gordura do abdômen, mas não perder as das mamas, o que acaba desmotivando a pratica de esportes.

Ginecomastia

Quando as mamas são aumentadas exclusivamente devido à gordura, são classificadas como lipomastia.

No caso da ginecomastia recente, poucos anos de desenvolvimento, o tratamento medicamentos por um endocrinologista pode ser eficaz. Nas ginecomastias já desenvolvidas há alguns anos, o tratamento clinico não costuma resolver.

A cirurgia visa e redução das mamas, tanto do componente gorduroso, quanto do componente glandular. A parte da gordura é retirada por uma lipoaspiração. A vibrolipo é muito valiosa para a retirada da gordura. A vibração da cânula facilita a penetração na gordura, sua retirada e a liberação das aderências da glândula na pele e musculatura, facilitando depois sua remoção.

Depois de retirada a gordura por vibrolipoaspiração, a parte glândula é reduzida através de uma cicatriz ao redor das aréolas. Uma pequena parte fica abaixo a aréola, para evitar afundamento e permitir que chegue sangue e evite necrose das aréolas. No caso de uso de medicamentos, hormônios ou algum estimulo ao crescimento glandular, esta pequena parte pode voltar a crescer. A parte de gordura, apesar de reduzida pela lipoaspiração, também pode aumentar no caso de ganho de peso. Logo, a manutenção do resultado da cirurgia é responsabilidade exclusiva do paciente.

A cirurgia comumente é feita com anestesia local e sedação, com alta no mesmo dia. Os pacientes costumam a retornar ao trabalho de escritório (sem esforços físicos) em três dias. Não é comum dor forte, apensar de um desconforto dele ser possível.

O que é a ginecomastia?

"A ginecomastia é o aumento das glândulas das mamas nos homens. Como somos mamíferos, os homens também têm glândulas, mas normalmente não se desenvolvem."

Todo peito grande é ginecomastia?

"Não. Se as mamas forem aumentadas apenas por gordura, é chamada de lipomastia. É muito comum com o ganho de peso, as mamas crescerem. Muitos pacientes tem a ginecomastia mista, ou seja, com parte de glândula e parte de gordura."

Qual o problema da ginecomastia?

"O maior problema não é físico. O grande problema é psicológico. As mamas grandes comumente causam grande constrangimento nos homens a ponto de interferir na vida social. É frequente pacientes não tirarem a camisa em publico, não usarem roupas justas, até evitarem de ir a praia, fazer esporte ou ir a churrascos, por puro constrangimento. A melhor recompensa depois da cirurgia é ver o paciente voltar a ter uma vida social ativa, participando de todos eventos e sem constrangimento."

Como é a cirurgia?

"A cirurgia é de pequeno porte, muito segura. Geralmente eu opero com anestesia local e sedação e alta no mesmo dia. Nos casos em que há gordura, uma pequena lipoaspiração é feita para retirar a gordura e deixar a glândula solta para ser mais facilmente retirada. Depois, por uma cicatriz ao redor da parte inferior da aréola, a glândula é retirada."

E a recuperação, como é?

"A maioria dos pacientes que eu opero, operam na 6 feira e voltam ao trabalho de escritório na 2 feira. Ou seja, apenas três dias depois. A recuperação não costuma ser dolorosa, apesar de haver certo desconforto leve."

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Quando se pode retornar todas atividades?

"Para voltar a fazer exercícios, precisa esperar ao menos 45 dias, tempo em que o paciente precisará usar um colete compressivo."

A ginecomastia pode voltar?

"A glândula cresce apenas se tiver estímulo, ou seja, se o paciente tomar algum hormônio (por exemplo anabolizante), tiver alguma doença que altere os hormônios ou tome medicamentos que estimule o crescimento da glândula. É muito raro a glândula voltar a crescer, apesar de não ser impossível, já que uma mínima fração da glândula sobra abaixo da aréola. O resultado costuma ser definitivo."

Dr. André ColaneriEspecialista e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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