Um pouco mais sobre a Ginecomastia

Um pouco mais sobre a Ginecomastia
Cirurgião plástico que está sempre buscando se desenvolver como profissional e ser humano, sendo um eterno estudante no seu ramo: Dr. Ricardo Votto (CRM/SC 16748 - RQE 16364)
Criação: 27 nov 2018 · Atualização: 20 out 2020

Atrelada ao desenvolvimento anormal da glândula mamária em homens, a Ginecomastia pode acometer pacientes que buscam a cirurgia na finalidade de recuperar a auto-estima. O doutor Ricardo Votto é um dos especialistas que realiza o procedimento de Ginecomastia no Brasil e tirou algumas dúvidas de pacientes sobre o tratamento:

Como se identifica a presença de ginecomastia? Há diferentes graus?

A ginecomastia é definida como o aumento do volume da glândula mamária no homem. Normalmente isso é notado pelo paciente como um aumento de volume na região peitoral ou, em alguns casos, como um pequeno nódulo (“caroço”) na região atrás dos mamilos.

Existem diversos graus de ginecomastia, ou seja, desde casos discretos, quando pequenos aumentos da glândula são notados apenas através da palpação local; até casos mais graves, podendo haver aumento semelhante a uma mama feminina.

A dieta pode ajudar, ou é um caso só para cirurgia? Que outros fatores podem ajudar o desenvolvimento da mama masculina?

Como dito anteriormente, a ginecomastia está associada ao desenvolvimento anormal da glândula mamária e diversos fatores podem contribuir para isso, tais como: medicamentos, anabolizantes, drogas ilícitas (maconha, cocaína, etc), tumores, cirrose hepática, insuficiência renal e várias outras. Apesar de inúmeras causas conhecidas, a grande maioria dos casos são considerados idiopáticos, ou seja, sem uma causa identificável.

Quando reconhecemos uma causa tratável, o paciente é encaminhado para um especialista no assunto para um acompanhamento em conjunto. Se descartadas tais causas, o tratamento da ginecomastia é realizado com cirurgia, que consiste na ressecção da glândula mamária.

A dieta, por si só, não influencia diretamente. O aumento do peso (sobrepeso e obesidade) gera acúmulo de gordura nessa região, gerando uma “falsa ginecomastia” (pseudoginecomastia).

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Como são as técnicas para retirar a ginecomastia?

A grande maioria dos casos é resolvido com uma ressecção da glândula através de uma incisão semicircular na porção inferior da aréola. Quando também há acúmulo de gordura, a lipoaspiração pode ser associada, melhorando o contorno do tórax e aumentando a satisfação do paciente.

Em casos mais graves, com ginecomastias de grande volume, lançamos mão de técnicas com ressecção da glândula associada a ressecção do excesso cutâneo, muito semelhante ao que é feito em uma redução mamária feminina.

Quanto tempo dura a operação? É necessário realizar esse procedimento mais de uma vez na vida?

Depende da gravidade do caso. Geralmente entre 1 a 2 horas. A recidiva (retorno) da ginecomastia é algo extremamente raro, desde que os fatores de risco tenham sido controlados e a cirurgia sido adequadamente realizada. Por isso é importante que o paciente sempre pesquise e certifique-se de que escolheu um cirurgião plástico capacitado e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Quais são os pontos positivos de realizar esse tratamento?

Independentemente do seu grau, a ginecomastia é uma patologia que afeta diretamente a vida e a auto-estima do paciente. Os pacientes sentem-se constrangidos, com vergonha de ficar sem camisa ou de usar roupas mais justas ao corpo, e muitas vezes chega a impactar na vida sexual e no relacionamento interpessoal.

A adolescência, quando os hormônios estão em “ebulição, é um dos principais picos de surgimento da ginecomastia. É justamente nessa fase que o jovem começa o desenvolvimento da sua personalidade e inicia suas primeiras experiências sexuais, e a ginecomastia pode atuar de forma negativa nessa fase da vida.

Por isso, é importante a realização do diagnóstico correto e o devido tratamento. A vontade do paciente em ser submetido ao tratamento também é preponderante no sucesso da cirurgia.

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Como é a primeira consulta com o cirurgião plástico?

Bom, o primeiro passo é ouvir as queixas do paciente e buscar entendê-las. Precisamos estar atentos à história para estabelecermos uma cronologia correta entre o início dos sintomas e o momento da procura pelo atendimento. Além disso, devemos buscar outros sintomas que possam estar associados e investigar possíveis fatores de risco. Por isso, é importante que saibamos detalhamente os antecedentes do paciente, a história da sua família e, principalmente, seus hábitos de vida. Lembrem-se, abuso de álcool, drogas, anabolizantes e alguns medicamentos podem estar associados ao desenvolvimento da ginecomastia.

Após uma história completa e detalhada, partimos para o exame físico, onde vamos avaliar a presença da ginecomastia, seu tamanho, consistência, excesso ou não de pele e gordura. Além disso, o exame físico é primordial para conseguirmos dicas de uma possível causa da ginecomastia, como uma tireóide de tamanho alterado, aumento do volume dos testículos, etc.

Após toda essa avaliação, partimos para osexames complementares, onde vamos solicitar testes que busquem confirmar ou descartar as suspeitas levantadas na primeira consulta. Nessa fase, usualmente são solicitados exames de sangue e uma ultrassonografia das mamas

Somente após excluídas as causas identificáveis de ginecomastia é que partimos para o planejamento e toda a explicação a respeito do procedimento cirúrgico. Nesse momento explicamos as incisões, cicatrizes, necessidade ou não de lipoaspiração, recuperação pós-operatória e, claro, todas as possíveis complicações inerentes ao procedimento.

¨O importante é que o paciente saiba que a ginecomastia, apesar de muitas vezes ser estigmatizante e incômoda, possui tratamento efetivo, com elevado índice de satisfação.¨

Dr. Ricardo Votto é membro da SBCP e preceptor das residências de Cirurgia Plástica e Cirurgia Geral do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina.

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