O caso controverso das malhas vaginais

O caso controverso das malhas vaginais
Edilena Ramos
Formada em Publicidade e Propaganda, desde que me formei, sempre fui apaixonada pelas redes sociais, sou redatora há mais de 10 anos, com experiência no setor da medicina estética.
Criação: 30 nov 2020 · Atualização: 25 mai 2022
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A gravidez é um dos momentos mais especiais que as mulheres vivem. As sensações que experimenta quando começa a sentir o seu bebê dentro de seu corpo são inesquecíveis. Mas também pode trazer memórias não tão agradáveis: estrias, pernas inchadas, excesso de peso, incontinência urinária ou problemas ao manter relações sexuais, lembranças que podem afetar sua vida pessoal de forma significativa.

O corpo da mulher sofre muitas mudanças durante estes nove meses. Os tecidos se esticam conforme o bebê cresce em seu interior; o corpo do pequeno pesa sobre o assoalho pélvico, que se encontra submetido a uma forte pressão. Além disso, com o parto, esta estrutura de músculos e ligamentos que sustentam a bexiga e o útero sem afrouxam e ficam soltos, o que, em alguns casos, acaba levando a um prolapso dos órgãos pélvicos. Ou seja, o útero e a bexiga se deslocam de sua posição devido ao enfraquecimento da estrutura pélvica e descem. As consequências mais óbvias disso são a incontinência urinária e problemas para manter relações sexuais.

Mas o prolapso pélvico não é apenas associado à gravidez. A chegada da menopausa também pode trazer uma descida significativa dos órgãos pélvicos, o que causa incontinência urinária. Do mesmo modo, sabe-se que intervenções como a retirada do útero (histerectomia), seja ela parcial ou total, podem causar uma descida da uretra devido à perda de suporte da estrutura que sustenta esse órgão.

Nem podemos ignorar as mulheres que são propensas a constipação ou que sofrem de obesidade, aspectos que também têm efeitos negativos sobre a tensão muscular desse suporte pélvico.

Na verdade, os especialistas dizem que mais de 50% das mulheres terão que passar por uma intervenção para corrigir problemas no assoalho pélvico. Desses 50%, mais de 10% terão que passar pela sala de cirurgia.

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O que são as malhas vaginais?

Para corrigir o prolapso pélvico, durante a década de 90 começaram a ser utilizadas as malhas transvaginais em países como os Estados Unidos e Reino Unido. Estas malhas são implantes feitos de poliuretano que se colocavam no tecido da vagina para segurar aqueles órgãos que sofreram prolapso, seja o útero ou a uretra.

Em 2008, os problemas associados ao uso dessas malhas vaginais começaram a ser conhecidos. Muitas mulheres reclamavam de dores abdominais e vaginais severas devido à colocação do implante. Estima-se que quase 100 mil mulheres no mundo o tenham usado.

Riscos causados pela colocação de malhas transvaginais

Como mencionamos, muitas mulheres que colocaram este tipo de malha na vagina se queixavam de dores abdominais intensas, que, na maioria dos casos, vinham acompanhadas por dores vaginais agudas. Mas, além dessas complicações, apresentavam outros problemas não menos importantes, que colocam em risco a qualidade de vida e a saúde destas pacientes:

  • Infecções constantes.
  • Problemas para manter relações sexuais (essas mulheres sofrem dores graves durante a penetração e episódios de hemorragia durante a mesma).
  • Perfuração de algum órgão pélvico.
  • Desconfortos causados pela fricção da malha na vagina.
  • Problemas urinários (dor, infecção, coceira, etc.).

Muitas dessas mulheres continuam tendo problemas, o que reduz a sua qualidade de vida, incluindo íntima, uma vez que a malha está localizada perto de alguns nervos e não é possível retirá-la. A gravidade dos riscos forçou a repensar o uso destes implantes como forma de tratamento para o prolapso pélvico. Tanto que, em 2011, foi lançado um comunicado no qual se recomendava escolher outros métodos para aliviar estes problemas e optar apenas pela colocação destas malhas como sendo o último recurso.

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Quais outras alternativas existem para o prolapso pélvico?

Atualmente, a medicina estética coloca à disposição das mulheres com problemas de enfraquecimento pélvico vários tratamentos alternativos que lhes permitem recuperar sua qualidade de vida íntima e pessoal. Alguns são minimamente invasivos e não requerem passar por uma sala de cirurgia; já outros, apresentam a necessidade de se submeter a uma cirurgia. Vamos ver quais outras alternativas existem para as polêmicas malhas vaginais.

Métodos não cirúrgicos

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Exercícios pélvicos. É o método mais fácil de todos. A realização de exercícios para fortalecer o tecido muscular que suporta os órgãos pélvicos é a primeira solução que os especialistas aconselham para todas as mulheres que tiveram partos normais ou gravidez múltipla, bem como para aquelas que estão na menopausa. Se os problemas não são muito sérios, a simples realização destes exercícios já consegue reduzir significativamente o problema e, inclusive, minimizá-lo.

Rejuvenescimento vaginal com laser. O uso do laser revolucionou o rejuvenescimento vaginal com um procedimento completamente indolor que não envolve cirurgia ou hospitalização. O laser ajuda a melhorar o tônus muscular e reconstrói o assoalho pélvico. Com este tratamento é possível reduzir a incontinência urinária e fortalecer a vagina.

Pessários vaginais. É um dispositivo que é colocado na vagina para reposicionar o útero e reduzir a descida desse órgão. Ao contrário do laser, a colocação de pessários na vagina pode apresentar alguns riscos, embora existam mulheres que preferem essa solução quando não são candidatas para o uso do laser e não querem passar por uma cirurgia.

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Métodos cirúrgicos

Vaginoplastia. É a solução mais aconselhável quando o prolapso pélvico é muito grave ou não se encontra uma solução eficaz com tratamentos não cirúrgicos. Neste caso, por meio de uma incisão feita entre a vagina e o ânus, o cirurgião consegue apertar os tecidos e estreitar a vagina.

Se você é uma daquelas mulheres que, devido a gravidez, partos ou com o passar dos anos, sofre de incontinência urinária ou tem problemas para ter relações sexuais satisfatórias, entre em contato com um cirurgião especializado em cirurgia íntima para avaliar o seu caso e recomendar o melhor tratamento em função do seu problema. Dadas as complicações que o uso da malha vaginal gerou, até o momento a sua colocação parece estar descartada para o tratamento destes sintomas.

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