Você sabe como é feita a gastrectomia parcial?
Um dos tratamentos indicados para quem sofre de obesidade é a redução de estômago, órgão responsável pela digestão dos alimentos. Ao modificar o tamanho do estômago, o cirurgião está alterando a capacidade de saciedade, ou seja, incidindo diretamente na quantidade de comida que a pessoa precisa para ficar satisfeita.
Também chamada de gastrectomia, essa cirurgia pode ser total ou parcial. Neste artigo explicaremos a técnica da gastrectomia parcial. Veja como é feita a intervenção e quais os cuidados no pós-operatório.
O que é a gastrectomia parcial?
É um dos quatro procedimentos reconhecidos pelo Conselho Federal de Medicina para tratar cirurgicamente a obesidade. Sua indicação vai depender de alguns fatores:
- grau de obesidade e evolução da mesma
- tentativas de tratamentos anteriores
- doenças associadas
O especialista faz uma avaliação detalhada do histórico do paciente, analisa as necessidades de perda de peso e, só então, determina uma técnica ou outra. A gastrectomia também é a técnica utilizada para tratamento de câncer de estômago.
Como é feita a gastrectomia parcial?
Esta intervenção remove de 70 a 85% do estômago do paciente, fazendo com que o aspecto do órgão seja o de um tubo estreito. A gastrectomia parcial inclui corte e uso de grampos, sendo uma cirurgia relativamente rápida, realizada em aproximadamente uma hora.
O paciente precisa tomar anestesia geral para se submeter ao procedimento. Apesar de a técnica de cirurgia aberta continuar sendo praticada, atualmente, vários especialistas preferem a videolaparoscopia como método para realizar as cirurgias bariátricas.
Isso permite incisões menores e uma recuperação do paciente mais rápida e efetiva. O tempo de internação varia entre dois ou três dias e as atividades normais poderão ser retomadas ao final de dez dias.
Como é o pós-operatório da gastrectomia parcial?
No primeiro mês é fundamental evitar carregar peso ou fazer exercícios físicos intensos. Além disso, os cuidados com a dieta são fundamentais:
- 1ª semana: apenas líquidos
- 2ª semana: começam a ser incluídas refeições cremosas
- 3ª semana: o paciente já pode comer purês
- 4ª semana: estão liberados os alimentos sólidos
O paciente de uma cirurgia de redução de estômago precisa compreender que a capacidade que tinha para digerir os alimentos não é mais a mesma, o que demanda uma mudança nos hábitos alimentares. O recomendado é comer menos e mais vezes ao dia.
Quais são os riscos associados à gastrectomia?
Existem riscos e efeitos colaterais associados a uma gastrectomia. Os riscos e efeitos colaterais podem ser:
- Infecção na incisão e/ou dentro do corpo.
- sangramento.
- Reação à anestesia. (A anestesia é um medicamento administrado para ajudá-lo a dormir durante a cirurgia, esquecê-la e controlar a dor. As reações podem incluir chiado, erupção cutânea, inchaço e pressão arterial baixa.)
- Obstrução intestinal. (Este é um bloqueio no intestino que pode limitar a digestão ou a eliminação das fezes.)
- hérnia incisional. (É quando o tecido da barriga empurra o músculo. Pode parecer um nódulo e pode ser doloroso ou sensível ao toque.)
- Coágulos de sangue.
- Danos a órgãos próximos.
- Refluxo ácido, diarreia, náusea e/ou vômito.
- Estenose (estreitamento) devido ao desenvolvimento de tecido cicatricial.
- Síndrome do esvaziamento gástrico rápido. (O movimento de alimentos dentro do intestino delgado que ocorre mais rápido do que deveria.)
- Deficiência de vitaminas que pode levar a anemia, função imunológica comprometida, ossos quebradiços e/ou fraqueza muscular.
- Perda de peso.
Como é a recuperação?
A recuperação de uma gastrectomia dependerá da extensão do procedimento realizado. Normalmente, é necessária uma internação de 6 a 12 dias. Você pode ter um tubo nasogástrico através do nariz em seu estômago/intestinos para drenar o conteúdo do estômago. Você pode precisar receber nutrientes por meio de um tubo IV ou de alimentação. Você pode precisar de um cateter vesical para drenar a urina por um curto período de tempo. Sua equipe de saúde removerá seus tubos e mudará sua dieta à medida que você se recupera.
Você será instruído sobre como cuidar de suas incisões cirúrgicas e outras instruções antes de deixar o hospital.
Sua equipe médica discutirá com você os medicamentos que você tomará, como aqueles para dor, coágulos sanguíneos, infecção, prevenção de refluxo e constipação, suplementos vitamínicos e/ou outras condições.
Seu médico conversará com você sobre restrições de atividades e mudanças em sua dieta com base em sua cirurgia e sua situação única.
Como posso cuidar de mim?
Você pode precisar de um membro da família ou amigo para ajudá-lo com suas tarefas diárias até se sentir melhor. Pode levar algum tempo até que sua equipe diga que não há problema em retornar à atividade normal.
Certifique-se de tomar todos os medicamentos prescritos conforme indicado para prevenir dor, infecção e/ou constipação. Ligue para sua equipe sobre quaisquer sintomas novos ou agravantes.
Existem maneiras de controlar a constipação após a cirurgia. Você pode mudar sua dieta, beber mais líquidos e tomar medicamentos de venda livre. Antes de tomar laxantes, consulte sua equipe de saúde.
Respirar fundo e descansar pode ajudar a controlar a dor, manter os pulmões saudáveis após a anestesia e promover uma boa drenagem do líquido linfático. Tente fazer exercícios de respiração profunda e relaxamento várias vezes ao dia durante a primeira semana, ou quando perceber que está mais tenso.
Fotos (por ordem de aparição): por foshydog e marco arnhold (Flickr)