COVID - 19: Indicações para médicos
Em 31 de dezembro de 2019, na província chinesa de Hubei, foram detectados uma série de casos de pneumonia de etiologia desconhecida. Dez dias depois, em 9 de janeiro de 2020, o governo chinês anunciou a identificação de um novo grupo de coronavírus que estava causando o surto na cidade de Wuhan.
Este novo vírus estava geneticamente relacionado à classe SARS-CoV e, por sua vez, a uma nova doença, o COVID-19. Até o momento, mais de 130.000 casos de COVID-19 foram registrados em todo o mundo, dos quais mais de 4.720 mortes foram identificadas e 68.300 pessoas se recuperaram.
Segundo relatos da OMS, a Organização Mundial da Saúde, na Região das Américas foram detectados mais de 1992 casos, dos quais mais de 100 estão no Brasil, sem mortes confirmadas.
A esse respeito, o Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta solicitou nesta quarta-feira (11) que o Congresso libere cerca de R$ 5 bilhões em recursos no combate ao coronavírus. Segundo ele, a crise do coronavírus no Brasil está só no início e deve durar, pelo menos, quatro ou cinco meses.
O que é COVID-19?
➡️ O que são os coronavírus?
A classe Coronaviridae, conhecida como Coronavírus, é uma cepa de vírus que causa doenças respiratórias de vários tipos. De resfriados a doenças mais graves, como MERS e SARS, sua principal característica é a de ser um vírus de RNA de cadeia positiva e seu nome é devido à sua forma peculiar de coroa observável ao microscópio.
O genoma viral do coronavírus tem entre 26 e 32 kb de comprimento e sua superfície possui pontas em forma de pétala características chamadas "peplômeros".
Os primeiros casos de coronavírus (CoV) foram identificados em meados da década de 1960 e são classificados em quatro subfamílias diferentes:
- Alphacoronavirus
- Betacoronavirus
- Deltacoronavirus
- Gammacoronavirus
Uma das características dos coronavírus é que eles atacam as células epiteliais do trato respiratório e gastrointestinal, afetando seres humanos e animais, como mamíferos e pássaros. Atualmente, existem 7 coronavírus conhecidos que podem afetar seres humanos, são eles:
HCoV-OC43 e HCoV-HKU1 (Betacoronavírus), HCoV-229E e HCoV-NL63 (Alphacoronavírus)
Além disso, existem outros tipos de coronavírus (Betacoronavírus), como: SARS-CoV, MERS-CoV e 2019-nCoV (agora conhecido como SARS-CoV-2).
➡️ A qual acrônimo o SARS-Cov-2 corresponde?
Levando em conta o novo tipo de coronavírus (SARS-Cov-2) identificado em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan. Em 5 de fevereiro de 2020, o Comitê Internacional para a Taxonomia de Vírus (ICTV), organização global responsável pela identificação e nomeação de novos vírus, emitiu um comunicado oficial formalizando a taxonomia do novo 2019-nCoV, com o nome SARS-CoV -2 (coronavírus agudo grave 2 relacionado à síndrome respiratória aguda).
➡️ O que significa o acrônimo COVID-19?
COVID -19 é o nome científico dado a doenças respiratórias agudas causadas pelo vírus SARS-CoV-2. Em 11 de fevereiro, o diretor geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou sua identificação e seu nome responde à fusão das palavras COrona VIrus Disease e 19 como o ano de sua primeira aparição.
➡️ Qual é o seu principal método de transmissão?
Como outros vírus, o COVID-19 surgiu pela primeira vez em espécies animais, adaptando-se rapidamente aos seres humanos através de um processo chamado derramamento ou salto de espécies. Por esse motivo, a comunidade científica internacional acredita que alguns animais, supostamente morcegos, foram a principal fonte da epidemia, pois os primeiros casos de COVID-19 ocorreram entre os trabalhadores na feira de animais da cidade de Wuhan.
Uma vez adaptado à vida do corpo humano, o COVID-19 é transmitido de pessoa para pessoa viajando em gotículas de saliva. Por se tratar de um vírus respiratório, ele se espalha principalmente pelo contato próximo com uma pessoa doente e raramente pelas fezes. Dada a recente descoberta do COVID-1, as formas de transmissão e contágio não foram totalmente elucidadas.
➡️ O que se entende por transmissão de pessoa para pessoa?
Segundo o ECDC, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, pode contrair o vírus se:
- More na mesma casa que um caso COVID-19;
- Teve contato físico direto com um caso COVID-19;
- Teve contato desprotegido com a saliva de um caso COVID-19;
- Esteve a menos de dois metros de um paciente por mais de 15 minutos;
- Esteve em um ambiente fechado com um paciente (trens, aviões ou salas de reuniões)
- Trabalhe em um laboratório que lida com amostras de COVID-19 sem usar o EPI recomendado ou não compatível;
- Viaje de avião, sentado nos dois assentos adjacentes, em qualquer direção, de um caso COVID-19. Isso inclui companheiros de viagem e membros da tripulação designados para a seção da aeronave em questão;
- O vínculo epidemiológico pode ter ocorrido dentro de um período de 14 dias antes ou após o início da doença no caso considerado.
Medidas de segurança para médicos
➡️ Quais são as medidas de segurança que os profissionais de saúde devem tomar?
O Ministério da Saúde criou uma seção para explicar a profissionais e gestores da saúde cada uma das medidas de segurança para limitar a disseminação do 2019-nCoV. Nesta, há informações como: Boletim Epidemiológico, o Plano de Contingência Nacional e por estado, Procedimento Operacional Padronizado (POP) e Protocolo de Manejo Clínico, preparado com base nas diretrizes da OMS. No link abaixo, é possível ter acesso com detalhes.
👉 Coronavírus: publicações para profissionais da saúde
➡️ Quais são as medidas de segurança que preciso aplicar no meu escritório?
As medidas de segurança emitidas pelo Ministério da Saúde seguem as indicações da Organização Mundial da Saúde e referem-se, em particular, à higiene do local e à gestão especial de resíduos:
O pessoal dedicado à limpeza de ambientes sanitários e à eliminação de resíduos deve usar o EPI apropriado.
O médico deve cuidar da limpeza e desinfecção periódicas dos quartos e dos móveis que entram em contato com os pacientes. O uso de desinfetantes hospitalares com vírus ativo é altamente recomendado.
Os resíduos devem ser tratados de acordo com as políticas das instalações sanitárias e com os regulamentos locais sobre gerenciamento de resíduos perigosos no 148 MINSAL, que estabelece as condições básicas de saúde e segurança para a geração de posse, transporte, tratamento, reutilização, reciclagem, disposição final e outras formas de disposição de resíduos perigosos, assim como o Decreto do Código Sanitário nº 725 / 1967MINSAL.
Quais são as regras para desinfecção / lavagem das mãos? A lavagem e desinfecção das mãos são a chave para prevenir a infecção. As mãos precisam ser lavadas frequentemente e completamente com água e sabão por pelo menos 60 segundos. Se não houver água e sabão, recomendamos o uso de um desinfetante para as mãos à base de álcool de pelo menos 60%. Recomenda-se distribuir desinfetante à base de álcool a todos os pacientes antes da consulta.
➡️ Quanto tempo o novo coronavírus pode sobreviver em superfícies?
As informações preliminares disponíveis sugerem que o vírus pode sobreviver por várias horas fora do corpo humano. O uso de desinfetantes pode matar o vírus, cancelando sua capacidade infecciosa, por exemplo, usando produtos que contém 75% de álcool (etanol) ou 1% de cloro.
➡️ Que outras medidas preventivas podem ser tomadas?
Recomenda-se o uso de máscaras de proteção e desinfecção frequente das mãos para todos os trabalhadores em contato direto com o público. Além disso, recomenda-se que soluções desinfetantes hidroalcoólicas sejam disponibilizadas para uso geral por clientes e trabalhadores.
Comunicação com os pacientes
➡️ Como se comunicar com os pacientes?
Dadas as novas medidas de segurança aplicadas em todo o país, muitos profissionais podem ser forçados a cancelar reservas para o próximo mês. Recomendamos que você não interrompa a comunicação com seus pacientes, preferindo que as chamadas e videochamadas permaneçam em contato e forneçam orientações específicas sobre atualizações ministeriais. Nesse momento de incerteza, a figura do médico é de fundamental importância para fornecer as informações corretas aos pacientes.
Bibliografia
Ministério de Saúde do Brasil //https://www.gov.br/saude/pt-br