O que fazer quando se tem vitiligo

O que fazer quando se tem vitiligo
Anahí Gallardo
Jornalista e Comunicadora, apaixonada por informações úteis e de qualidade. Escrevo sobre saúde, beleza e bem-estar.
Criação: 31 jul 2024 · Atualização: 31 jul 2024
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O vitiligo, embora seja uma condição da pele relativamente comum, ainda está cercado por muitas perguntas e, às vezes, mal-entendidos. Se você percebeu que tem manchas brancas na pele e foi diagnosticado com vitiligo, é importante entender o que é essa condição, como é detectada e quais são as suas opções para administrá-la.

Este artigo irá te guiar por tudo o que você precisa saber para viver com vitiligo com confiança e clareza.

O que é o vitiligo?

O vitiligo é uma condição em que a pele perde seu pigmento em certas áreas, resultando em manchas brancas. Isso ocorre porque as células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele, ao cabelo e aos olhos, são destruídas. Embora possa afetar qualquer pessoa, é mais visível em pessoas com pele mais escura devido ao contraste.

O que implica ter vitiligo e como isso afeta o dia a dia?

Viver com vitiligo pode ser um desafio emocional e físico. A aparência da pele pode mudar de maneira significativa, o que pode afetar a autoestima e a imagem corporal. Além disso, a visibilidade das manchas pode levar a situações desconfortáveis, perguntas de estranhos ou até mesmo discriminação. É crucial lembrar que o vitiligo não é contagioso nem doloroso, mas o impacto psicológico pode ser significativo.

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O vitiligo pode afetar a autoestima de quem possui a condição

Lidar com o vitiligo no dia a dia pode apresentar vários desafios, tanto emocionais quanto práticos. As manchas brancas visíveis podem afetar a confiança e a autoestima. É comum sentir-se constrangido ou envergonhado, especialmente em situações sociais. Além disso, as perguntas ou olhares curiosos dos outros podem ser desconfortáveis, e, em algumas ocasiões, a pessoa afetada pode enfrentar discriminação ou estigmatização, o que pode ser emocionalmente exaustivo.

Nesse sentido, é importante desenvolver uma imagem positiva de si mesmo e lembrar que o vitiligo não define seu valor pessoal. O apoio emocional também é crucial. Conversar com amigos, familiares ou um terapeuta pode fornecer o suporte necessário para lidar com sentimentos de ansiedade ou depressão. Por outro lado, é importante manter um cuidado específico com a pele, pois a pele despigmentada é mais sensível ao sol. Usar protetor solar de amplo espectro e roupas protetoras é crucial para evitar queimaduras solares, assim como manter uma rotina de cuidados com a pele hidratante pode ajudar a proteger a barreira cutânea.

Como detectar o vitiligo?

O vitiligo geralmente se manifesta como manchas brancas na pele. Essas manchas podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns em áreas expostas ao sol, como o rosto, os braços e as mãos, assim como em dobras cutâneas, como as axilas e a virilha. Além disso, o vitiligo pode afetar o cabelo, os cílios e as sobrancelhas, causando cabelos grisalhos prematuros.

Os sinais e sintomas mais comuns são:

  • Zonas despigmentadas na pele.
  • Mudança de cor no interior da boca.
  • Perda de pigmento nas membranas mucosas.
  • Mudanças de cor na retina do olho.

O diagnóstico

Para diagnosticar o vitiligo, é importante consultar um dermatologista. O diagnóstico é baseado na observação clínica da pele e, às vezes, são utilizadas ferramentas especiais como a lâmpada de Wood, que emite uma luz ultravioleta para destacar as áreas de pele afetadas. Em alguns casos, pode ser realizada uma biópsia de pele para confirmar o diagnóstico e descartar outras condições.

Os testes habituais que costumam ser realizados ao fazer um diagnóstico são:

  • Um primeiro exame físico no qual o médico examinará sua pele e poderá fazer perguntas sobre seu histórico médico e familiar.
  • Aplicação de luz ultravioleta com a lâmpada de Wood para distinguir o vitiligo de outras condições cutâneas.
  • Em raras ocasiões, é necessário realizar uma biópsia para coletar uma amostra de pele com o objetivo de analisá-la no laboratório.
  • Análises de sangue para descartar doenças autoimunes associadas, como a doença da tireoide.

Agora, quais são os passos a seguir uma vez que se tem o diagnóstico? Antes de tudo, é preciso ter em mente que receber um diagnóstico de vitiligo pode ser esmagador. No entanto, hoje em dia existem várias ações que você pode seguir para lidar com a condição de maneira eficaz:

  • Informe-se sobre o vitiligo. Quanto mais você souber, melhor poderá lidar com isso.
  • Busque suporte emocional. Você pode se juntar a um grupo de apoio ou procurar aconselhamento para lidar com o impacto emocional.
  • Cuide da sua pele usando protetor solar para proteger as áreas despigmentadas, já que estas são mais suscetíveis a queimaduras solares.
  • E, por último, mas não menos importante, consulte um dermatologista sobre as opções de tratamento disponíveis.

Tratamentos para o vitiligo

Atualmente, existem várias opções de tratamento para o vitiligo, embora não possamos falar de uma cura definitiva. A escolha do tratamento depende da extensão da condição, da localização das manchas e da preferência pessoal.

Por um lado, temos os tratamentos tópicos, tais como:

- Corticosteroides: Creme ou unguento que pode ajudar a devolver a cor às manchas pequenas.

- Imunomoduladores tópicos: Como o tacrolimus e o pimecrolimus, que podem ser úteis em áreas sensíveis como o rosto e o pescoço.

Outro tipo de tratamentos são os baseados na fototerapia:

- UVB de banda estreita: Consiste na exposição controlada à luz ultravioleta B, que pode ajudar a repigmentar a pele.

- PUVA (Psoraleno e UVA): Um tratamento que combina um medicamento chamado psoraleno com exposição à luz UVA.

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A pele afetada pelo vitiligo é mais sensível à queimaduras, requerendo cuidados redobrados de proteção solar.

Em relação aos tratamentos cirúrgicos, encontramos:

  • Enxertos de pele: Transferência de pequenas seções de pele normal para as áreas afetadas.
  • Enxertos de bolhas: Criação de bolhas na pele pigmentada e, em seguida, transferência para as áreas despigmentadas.

E por último, existem os tratamentos de despigmentação, indicados para casos de vitiligo extenso, que consistem em despigmentar as áreas restantes de pele pigmentada para alcançar um tom uniforme. 

É preciso dizer que as últimas pesquisas e estudos estão explorando tratamentos com células-tronco e terapias biológicas que poderiam oferecer novas esperanças aos pacientes com vitiligo.

Resultados dos tratamentos

Ao falar sobre resultados, devemos lembrar que não existe uma cura definitiva e que estes podem variar de acordo com o tipo de tratamento e a resposta individual da pessoa. Alguns podem ver uma repigmentação significativa, enquanto outros podem experimentar uma melhora limitada. Nesse sentido, é importante ter expectativas realistas e discutir com seu dermatologista o que você pode esperar do tratamento.

Além disso, é importante ter em mente que os tratamentos podem levar vários meses antes de os resultados começarem a ser percebidos. Também pode ser necessário testar diferentes tratamentos ou combinações até encontrar o mais eficaz. E embora não seja comum, alguns tratamentos podem ter efeitos colaterais, por isso é essencial discutir esses riscos com seu médico.

Dicas para tratar o vitiligo no dia a dia

Dito isso, chega o momento de aceitar a condição e viver diariamente com o vitiligo, tentando melhorar a qualidade de vida e minimizar sua afetacão, tanto física quanto emocional. Para isso, siga estas dicas:

  • Use protetor solar de amplo espectro e evite a exposição prolongada ao sol.
  • Na hora de se maquiar, opte por produtos cosméticos especialmente projetados que ajudem a igualar o tom da pele.
  • Usar roupas que cubram as áreas afetadas pode proteger a pele e reduzir a visibilidade das manchas.
  • E, acima de tudo, busque apoio psicológico se você se sentir sobrecarregado ou ansioso por sua aparência.

Viver com vitiligo pode ser um desafio, mas com o conhecimento e as ferramentas adequadas, você pode lidar com a condição de maneira eficaz e manter uma vida plena e saudável. E lembre-se, o vitiligo não define quem você é; você é muito mais do que sua pele.

Artigos de referência:

Vitíligo. (s.f.). National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases. https://www.niams.nih.gov/es/informacion-de-salud/vitiligo/basics/diagnosis-treatment-and-steps-to-take

Vivir con vitíligo. (s.f.). Centro Dermatológico Estético de Alicante 965 140 460. https://centrodermatologicoestetico.com/vivir-con-vitiligo/

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